Intro E C7 Esta é a cidade que explorei fugindo E C7 Cada meio-fio de calçada me cumprimenta sorrindo E C7 E toda ambição que me deixa nessa cova-rasa A Que me veja partindo, não é mesmo casa? E C7 Desejo as sereias na areia se debruçando E C7 Envolvidíssimas ao som do mar estilhaçando E C7 E elas por mim se consumindo sem prudência A Quanta negligência, não é mesmo consciência? E C7 Faço de minha viagem meu crime hediondo E C7 Pondo as bagagens no porta-malas do corsinha respondo E C7 Pelos meus atos, e cuspo qualquer tipo de cabresto A Já que não vira viver a esmo, não é mesmo? E Dentro do carro é só mormaço C7 Neblina estrada a baixo E A A maresia me faz abstrair E Os amigos no encalço C7 Racha o gás e os pedágios E A Sentido litoral vamo' aí E C7 E o cheiro das ondas está tão próximo E C7 Que se torna irrelevante o oficial inóspito E C7 Sem mais cegar com a lanterna, cessou-se os jargões A Já não segura o coldre como se fossem os próprios colhões E C7 E a rodovia se faz parte de mim E C7 Capaz de detalhar meus devaneios até então sem fim E C7 Me repousando sobre seus longos lençóis de asfalto A Soprando Mi bemóis que soam como um sax contralto E C7 E eu já alto me pego brisando E C7 Nas estrelas do mar que talvez estejam me aguardando E C7 Com muito amor, flor e música pra celebrar A Pois quando eu chegar na água jacaré é o que vai dar. E C7 Nessas férias espontâneas que tanto precisava E C7 Chove torrencialmente no meio da estrada E C7 Energizando minha escolha a cada trovoada A Levando embora minhas neuroses no cair das águas E C7 Assim choveu até que a lua finalmente apareceu E C7 Brilhando em mim uma memória que remanesceu E C7 Trazendo à tona o que não sei se realmente aconteceu A Será que um dia ela verá que o problema sou eu? E C7 Assino com marca de pneu cada cidade que passa E C7 Mato um gole de cachaça no posto do Abreu E C7 Quando eu chego ao apogeu, minha alma me abraça. A Agora tão longe de casa, um novo eu alvoreceu