E A E A Eu tive um sonho Que eu estava certo dia E A E A A7 Num congresso mundial Discutindo economia D A D Argumentava Em favor de mais trabalho A D A D Mais emprego, mais esforço Mais controle, mais-valia E A Falei de pólos Industriais, de energia C#m F#m B7 E Demonstrei de mil maneiras Como que um país crescia A E A E me bati Pela pujança econômica E A E A A7 Baseada na tônica Da tecnologia D A D Apresentei Estatísticas e gráficos A D A D Demonstrando os maléficos Efeitos da teoria E A Principalmente A do lazer, do descanso C#m F#m B7 E Da ampliação do espaço Cultural da poesia A E A Disse por fim Para todos os presentes E A E A A7 Que um país só vai pra frente Se trabalhar todo dia D A D Estava certo De que tudo o que eu dizia A D A D Representava a verdade Pra todo mundo que ouvia E A Foi quando um velho Levantou-se da cadeira C#m F#m B7 E E saiu assoviando Uma triste melodia A E A Que parecia Um prelúdio bachiano E A E A A7 Um frevo pernambucano Um choro do Pixinguinha D A D E no salão Todas as bocas sorriram A D A D Todos os olhos me olharam Todos os homens saíram E A C#m F#m B7 E Um por um Um por um Um por um Um por um A E A Fiquei ali Naquele salão vazio E A E A A7 De repente senti frio Reparei: estava nu D A D Me despertei Assustado e ainda tonto A D A D Me levantei e fui de pronto Pra calçada ver o céu azul E A Os estudantes E operários que passavam C#m F#m B7 E Davam risada e gritavam: "Viva o índio do Xingu! "Viva o índio do Xingu! Viva o índio do Xingu! Viva o índio do Xingu! Viva o índio do Xingu!"