G O que se espera de uma nação C Que o herói é a televisão G Que passa todos os seus meses mal C Melhora tudo no Natal G Até presente dá pra dar C Só não se sabe o que vai receber G Pano de prato ou dedal C Escolha o mais caro que eu quero ver G Mucama na cama do patrão C Me chama, me chama de negão G Paga salário de pão C Mas come o que a população não come O que se espera de uma nação Que o herói é a televisão Que passa todos os seus meses mal Melhora tudo no Carnaval Dá pra brincar, dá pra comemorar Só não se sabe muito bem por que Entrou de cara na realidade Na quarta feira que eu quero ver Parte cantada por Gabriel, o Pensador: "Na quarta feira é a volta pra realidade que arde Acaba a comemoração apaga a televisão pra não gastar a eletricidade Como na Cinderela carruagem volta a ser abóbora E na favela o carro alegórico some E volta às sobras: sobra de feira, sobre de terra, sobra de chão Sobre de lama, sobra de bala perdida, sobra de comida Pra mucama, mucama que nada exclama, que não reclama, que não se inflama Só basta ter novela, põe na tela todo mundo ama Todo mundo mas na vida real todo mundo se odeia E ódio gera ódio, um sobe no pódio, outro serve a ceia Ceia do natal, tem Xuxa no carnaval Mucama deitada na cama beijinho beijinho pau pau. Tchau! Eu só vou te usar, você não é nada pra mim Já temos outra pra colocar no seu lugar - Pirlimpimpim! Abracadabra, é como mágica, mas não é abra-te Sésamo Porque aqui as portas só se fecham Bum! É menos uma oportunidade Não é só a quarta feira que é de cinzas, na verdade é a semana inteira Quinta, sexta, sábado, domingo e segunda E o povo mucama continua sorrindo levando nas coxas, levando na bunda Mas não faz mal porque depois melhora tudo na Carnaval"